Painel traz convidados internacionalmente renomados e reafirma a essencialidade do Voluntariado e da gestão qualificada e profissional para a transformação da sociedade
O secretário executivo do Comitê de Desenvolvimento das Parcerias, Voluntariado Transformador e Cidadania da FUNDAMIG, Rodrigo Starling, mediou hoje, durante o 16º ENATS, a mesa “Voluntariado durante a pandemia: impactos da solidariedade na vida das pessoas e comunidades”, que contou com três palestrantes de peso: Danusa Dias Reis Coutinho,consultora de RSE e Voluntariado; Roberto Ravagnani,palestrante, jornalista, consultor e especialista em Voluntariado Empresarial; e Rodrigo Fernandes, do SERVAS.
O alto nível do debate se mostrou logo na primeira fala, da Danusa, que provocou os expectadores para a oportunidade, durante a pandemia, de percebermos a urgência da virada do Voluntariado assistencialista para o Transformador, de repensarmos as ações e os propósitos, uma vez que muitos dos que dependiam do primeiro ficaram desassistidos durante momento tão crítico: “ensina a fazer o sopão e a plantar a verdura para (…) na sua ausência ela poder caminhar sozinha e vender (…) pra trazer dinheiro, pra trazer comida pra mesa, mas não dá mais pra colocar a comida na boca dessas pessoas (…) porque é na falta que a gente cresce”. Danusa também criticou que as empresas definam a temática na qual irão investir / patrocinar desalinhada aos principais problemas que a comunidade apresenta: “não dá mais pra aceitar esse tipo de realidade”.
Roberto deu sequência chamando a atenção para a necessidade de se buscar um “Voluntariado mais efetivo”. Ele ressalta que a falta de profissionalismo na gestão de Voluntariado, por parte das organizações, atrelado a falta do entendimento dos voluntários brasileiros de que é preciso compromisso e responsabilidade, resultam em um Voluntariado pouco efetivo e pouco realizado no Brasil. Se referindo ao comportamento do brasileiro durante a pandemia, ele afirma que “a solidariedade está em alta (…) mas o Voluntariado em baixa, por que são coisas diferentes e as pessoas confundem ser solidário com ser voluntário. (…) Eu não tenho dúvida, o Brasil é o país mais solidário do mundo, mas não é o mais voluntário… por quê? Porque tem responsabilidade”.
E o Rodrigo, do Servas, venceu o desafio de falar após dois palestrantes com falas tão relevantes, fechando com chave de ouro o painel, também provocando os expectadores, quando questiona: “tem que fazer diferente, mas como? Estamos tentando, estamos aprendendo”.Ele chama a atenção, também,para a necessidade de se profissionalizar, qualificar a gestão da entidade como um todo, não só do Voluntariado: “estou cada dia mais convencido que entidades que possuem uma gestão administrativa, diretiva, mais profissionalizada, ela tende a ter resultados melhores em sua operação e tem conseguido captar mais recursos”. Ele fala também da importância de as organizações se associarem e atuarem em parceria, em rede.
Nos comentários finais, Danusa ainda alerta para a importância da Comunicação e da digitalização das organizações, que precisam se adaptar para estarem conectadas, atuando com campanhas de captação virtuais, bazares online, para obterem um alcance muito maior.
Rodrigo Starling, que é também presidente da associação filiada à FUNDAMIG, Minas Voluntários, encerra o debate com a citação: “A sociedade evolui em saltos. O Voluntariado, sustentável e transformador – com Comunicação, Gestão, Planejamento, Advocacy e Compliance – é um salto por excelência. Pensemos seriamente no Voluntariado como a ferramenta mais importante e necessária para as organizações de qualquer setor no século XXI. Se temos uma agenda, os ODS da ONU, eles só serão, de fato, possíveis se pensarmos, voluntariamente, diferente do setor que somos origem, seja Governo, Empresa ou Sociedade Civil”.
Assista a gravação do painel na íntegra: https://www.youtube.com/watch?v=EnS62V9uS-w
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