Incêndios florestais exigem educação social

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Incêndios florestais exigem educação social

Minas Gerais é o terceiro Estado do País que mais sofre prejuízos com incêndios florestais | Crédito: Divulgação/Amif

Para mitigar danos causados pelo fogo, Terceiro Setor e outras instituições se engajam em campanhas de prevenção

*Por Élida Ramirez

Todos os anos Minas Gerais queima. Incêndios em florestas deixam lastro de prejuízos ambientais, sociais e econômicos. Os dados do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, CBMMG, impressionam. Cerca de 90% tem a ver com a ação humana e poderiam ser evitados. Só no ano passado, foram registrados 11.572 queimadas por incendiários.

Apesar do número total de focos de incêndio em florestas ter caído 20% em 2022, comparado com o ano anterior, o Corpo de Bombeiros alerta que os números ainda são altos e provocam danos irreversíveis.

O estado é o terceiro do país que mais sofre prejuízos com os incêndios florestais. Só os prejuízos diretos chegaram a R$ 107.853.950, entre 2016 e 2021. Os dados são do último levantamento da Confederação Nacional dos Municípios, feito em 2021.

Por isso, é preciso educação. Nesse desafio, a união de instituições do setor público, privado, Terceiro Setor e sociedade civil em campanhas de prevenção e combate a incêndios por todo o Estado faz toda a diferença.

Ações como as da Associação Mineira da Indústria Florestal de Minas Gerais, AMIF, da Rede Nacional de Brigadas Voluntárias, da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta colaboram com o trabalho do Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais, CBMMG.

Para a Thaise Rodrigues, Capitã e porta-voz do CBMMG, as ações educativas são tão importantes quanto homens em campo para apagar o fogo.

“Todo mundo tem uma função. Cidadãos devem evitar atitudes arriscadas. Aqueles com perfil de combate podem ser brigadistas voluntários. O Estado precisa atuar com inteligência, tecnologia e políticas públicas. Já os setores como a indústria da Floresta, articulam as empresas para colaborarem. E organizações como a Zeladoria do Planeta, fomentam a mudança de mentalidade. Todas essas ações são fundamentais para manter nossas florestas vivas, evitar mortes e prejuízos”

Por isso, a reportagem especial pelo Dia do Idealista deste mês, celebrado em todos os dias de datas e meses coincidentes como hoje, 07/07, vai somar esforços para a prevenção e combate aos incêndios em Minas Gerais, com o objetivo de diminuir consideravelmente o número de queimadas no Estado.

Vamos falar sobre as campanhas, como você pode ajudar e como cada setor tem investido e atuado para fazer do planeta um lugar possível para o futuro de todos. Ao final da reportagem, você poderá interagir campanhas, inciativas das instituições citadas, ações de voluntariado e outros conteúdos por meio do Botão Agir.

O Dia do Idealista é uma iniciativa do Movimento Minas 2032 – Pela Transformação Global – criado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO e Instituto Orior para fomentar a Agenda 2030, em parceria com o Idealist.org e a Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig).

Empresas engajadas contra o incêndio florestal

“O início de tudo é na floresta, mas o fogo ele não respeita cerca, ele não tem limite. E a velocidade quão
o fogo se alastra é surpreendente, só quem viu de perto sabe o tamanho da dor, porque a questão de
pouquíssimos minutos a destruição é muito grande”. Explica Adriana Maugeri, presidente da AMIF.

Para tirar Minas Gerais do topo do ranking de queimadas, é necessário somar cada vez mais parcerias,
conscientizar a população e preservar as áreas nativas do estado. Por isso, a AMIF lança a terceira edição da campanha “Queimar te queima” que disponibiliza materiais para empresas, agricultores e sociedade
em geral sensibilizando que o fogo atinge não somente quem está nas áreas rurais, mas também quem
está nas grandes cidades.

Adriana Maugeri explica que o incêndio florestal impacta das cidades quando o fogo chega até as linhas de transmissão deixando instituições sem energia elétrica como: hospitais, asilos, creches, armazenamento de medicamento e vacinas, por exemplo.

Além das campanhas, a AMIF oferece ainda o treinamento de cada vez mais brigadistas. Adriana comenta que as empresas florestais que já possuem por obrigação legal ter uma brigada florestal à disposição.

Porém, as empresas querem ampliar a sua rede de proteção para cuidar de seus negócios para que possam trabalhar em parceria, tanto nos incêndios, nas áreas de florestas plantadas, quanto nas áreas de conservação. Assim, serviço que a AMIF presta, além de apoio e suporte tanto de pessoas, como de equipamentos.

Tecnologia social e parcerias

Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta é uma Organização da Sociedade Civil, OSC, comprometida em reduzir em 40% de sinistros e uma redução de 20% na área total queimada em Minas
Gerais até 2024.

Para isso, criou a campanha “Não deixe o fogo apagar a vida” com vídeos e cartazes que são distribuídos e replicados por uma rede de parceiros composta por empresas, estado e indivíduos.

Para Fernando Benício, diretor presidente da Associação Ambiental e Cultural Zeladoria do Planeta,
trabalhar a ideia que a biodiversidade é coletiva é primordial. Ele explica que as campanhas convocam
comprometimento de todos com a microfauna, com estrutura simples e barata.

“Conseguimos ótimos resultados com iniciativas simples para chegar até os rincões mais distantes do estado. Com uma parceria com a Coca-Cola Femsa do Brasil, nossos materiais seguem pelo interior nos caminhões de entrega. Assim, a Zeladoria consegue fazer a sensibilização em todo estado. Isso é uma tecnologia social de custo baixíssimo e resultado alto.”

Rede Nacional de Brigadistas voluntários

Minas Gerais é o estado com mais quantidade de brigadistas voluntários do Brasil e a Rede Nacional de Brigadas Voluntárias (RNBV) atualmente possui cinco brigadas voluntárias associadas, com cerca de 400 voluntários(as) atuando diretamente no Manejo Integrado do Fogo em vários municípios do estado.

Para chegar a ser um brigadista voluntário é necessário, além de ser maior de 18 anos e atestado médico, realizar o Curso de Formação de Brigadista Florestal Voluntário. Maíz d’Assumpção, Diretora Secretária da RNBV revela que esse trabalho dos brigadistas não aconteceria sem a colaboração de parceiros.

“A parceria com a comunidade, seja através de empresas ou a própria população próxima das áreas afetadas, é essencial para arrecadar recursos para compra de uniformes e alimentação durante o período crítico. O voluntariado conta com o apoio do Previncêndio (IEF/MG) e do Corpo de Bombeiros para capacitação e se articula junto às unidades de conservação criando uma rede de monitoramento e resposta rápida à incêndios.”

Maíz completa ainda que os brigadistas são treinados e equipados para integrar à equipe de combate e manejo do fogo, eles também realizam atividades de educação ambiental, participam de atividades de plantio de mudas e reflorestamento, participam de queimas prescritas e combate a incêndios. E tudo é feito em parceria com o Previncêndio IEF/MG e Corpo de Bombeiros.

A capitã Thaise explica que o combate aos incêndios é feito em parceria com órgãos estaduais, civis e do terceiro setor. E a tecnologia também colabora. Ferramentas como as imagens via satélite, utilizando sites do governo (BD Queimadas), ou consolidados de confiança, como é o exemplo da NASA (firms), também são usadas pela corporação.

“Essas informações possibilitam o emprego das equipes de forma antecipada, com o objetivo de se combater os incêndios antes que estes ganhem volume e se tornem de grande vulto”

Ela explica ainda que uma novidade paras as ações de combate aos focos de incêndio no estado são as queimadas controladas e prescritas, onde muitas vezes o acúmulo de material orgânico, mas a baixa humidade são terreno fértil para a combustão espontânea. Nesses pontos os incêndios são provocados pelos próprios brigadistas ou bombeiros, sob total controle, sobretudo de órgãos domo o IEF – Instituto Estadual de Florestas, para assim evitar que se crie um foco que pode se alastrar e ficar incontrolável.

Estas queimadas prescritas dentro do MIF nas Unidades de Conservação estaduais são feitas em ação combinada entre órgãos estaduais, brigadas voluntárias e brigadas contratadas.

Agora que você já conheceu algumas possibilidades de enfrentamento aos incêndios florestais, bora para ação?

Espalhe as campanhas, saiba como comunicar focos de incêndios nas redes de proteção, conheça as redes de voluntários, seja um empresário que investe na proteção das florestas.

2023-07-07T18:46:00-03:0007, 07, 23|0 Comments

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