Especialistas alertam que desenvolvimento deve ter como pilar a responsabilidade coletiva. Investidores da filantropia revelam o que ganham ao doar
Este é o mês se comemora, em 20/10, o Dia Nacional da Filantropia no Brasil. A cultura da doação está em desenvolvimento. A quantidade de pessoas e organizações que têm colaborado com a transformação social representa parcela expressiva.
De acordo com a Pesquisa Doação Brasil 2022, realizada pelo Instituto para o Desenvolvimento do Investimento Social (IDIS), 84% dos brasileiros acima de 18 anos e com rendimento familiar superior a um salário mínimo fizeram ao menos um tipo de doação, seja de dinheiro, bens ou tempo, na forma de voluntariado. Ainda de acordo com os dados, a maior parte dos doadores colaboram em dinheiro e prefere o tema da educação. Ainda é pouco.
Para Mara Greide, socióloga e especialista em assessoria técnica para gestão de projetos para Terceiro Setor, o resultado revela a importância em fomentar a cultura de doação: “Qualquer projeto de desenvolvimento de um país tem que ter necessariamente como pilar a responsabilidade coletiva. Enquanto o Brasil do futuro não alcança a todos no presente, o Terceiro Setor atua na construção de ações significativas para a melhoria da vida das pessoas, na articulação de políticas e na gestão de iniciativas de impacto.”
Como resultado objetivo, as doações proporcionam melhoria da qualidade de vida das pessoas, em suas comunidades e, mais globalmente, reduzem a pobreza e promovem a justiça social. Porém, a filantropia tem sido transformadora para aqueles que investem nela também.
Por isso, a matéria do Dia do Idealista de hoje, 10/10, vai trazer relatos da transformação de empresários e voluntários que mudam suas perspectivas e negócios a partir da cultura da doação.
Fundo Regenerativo Brumadinho
O que a tragédia de Brumadinho e a pandemia de CODIV19 têm em comum? “A filantropia transformadora, colocar a mão na massa e não esperar o momento ideal” comenta HélciaVeriato, professora e doadora do Fundo Regenerativo. A organização nasceu no dia do rompimento da barragem, inicialmente em torno de uma campanha de captação de recursos isolada.
Formou-se uma aliança de organizações socioambientais para auxiliar as comunidades afetadas pela lama. O projeto, cuja meta inicial eram R$ 10.000, se transformou em um esforço contínuo de captação que já levantou mais de R$ 150 mil reais para projetos. As doações recebidas são repassadas para projetos da comunidade por meio da plataforma da Awesome Foundation, rede de pessoas organizadas em círculos de doação para financiar projetos locais.
A comunidade é convocada a criar projetos. A Associação Nossa Cidade, organização sem fins lucrativos sediada em Belo Horizonte, faz a gestão dos recursos para que chegue na mão de quem mora e atua na cidade. Quem escolhe os projetos a serem financiados é um comitê de moradores. A parceria entre esses atores permitiu que mais de 50 projetos locais fossem realizados pela própria comunidade.
“Ser uma pessoa que doa recursos e colabora com a organização e captação para o Fundo Regenerativo implica dispor afeto e dinheiro para viabilizar a reconstrução da vida de milhares de pessoas. E isso é transformador, muito gratificante poder doar tudo isso” comenta Hélcia.
A voluntária e doadora comenta que é gratificante ver o dinheiro investido em apoio às comunidades quilombolas, uma oficina de construção de cadeira de rodas, implantação de uma enfermeira para atender os doentes da comunidade, acompanhamento de construção de uma horta na aldeia indígena.
Oportunidade para pequenos projetos
Pensando nos projetos que jamais teriam oportunidades de serem custeados, muitas vezes por não preencher os requisitos necessários, o Instituto Brasileiro de Executivos e Finanças – IBEF criou a campanha IBEF Social. Participante do MM2032, o IBEF está atento aos ODS. Nesse sentido, o programa pretende financiar projetos nas áreas de educação financeira, apoio a crianças, entidades sociais e apoio a dependente químicos. Para esta ação, que pode ser tanto de pessoa física, como jurídica, sem fins lucrativos, é necessário que ambos estejam quites com o Ministério Público e sem pendência de impostos. Uma vez aprovados os projetos são encaminhados a possíveis empresas doadoras.
“O projeto ajuda a encurtar o caminho até as pessoas que querem doar, mas se sentem inseguras sobre qual projeto financiar. É fortalecer a credibilidade e ampliar as possibilidades” comenta, Júlio Damião, presidente do IBEF.
Dolores Bertila, Superintende Geral do Sistema Divina Providência comenta que junto aos mais de R$ 48 milhões que capta anualmente para manter a 19 obras da instituição existe um legado de acolhimento também àqueles que oferecem os recursos.
“Nesses 19 anos vejo a mudança acontecer nas pessoas que investem os recursos. Muitos que colocam mais que dinheiro. Eles recebem de coração abertos a nossa causa. E é comum que desejem estar perto de nós afetivamente. Assim, tornam a promoção da dignidade do outro a sua. É muito bonito e, tão potente quanto cada centavo arrecadado”
A estratégia de confiar nas transformações dos doadores e na capacidade das organizações do Terceiro Setor é para Eduardo SatlerCetlin, conselheiro de impacto para o Terceiro Setor, uma forma consistente e generosa de melhorar a vida de todos.
“Vale dizer que o Dia de Doar, organizado pela Fundamig, o Dia do Idealista, celebrado em todo mundo e também articulado nesse projeto do jornal Diário do Comercio com o Idealist.Org mostram que o potencial humano de sonhar e trabalhar juntos para construir um futuro melhor é o caminho mais sustentável, inteligente e eficaz de compormos uma coalizão solidária pelo bem comum”.
O Diário do Comércio também investe em conteúdos que engajam e fomentam a filantropia. O fomento da cultura de doação e da filantropia que transforma abordados nessa matéria estão em consonância com 10 ODS: 1,2,3, 4, 8,9,10,12, 16 E 17. E colaboram para que alcancemos a meta da Organização das Nações Unidas por um mundo mais sustentável de economias mais justas e longevas na Terra.
As pautas pelos Dia do Idealista, são uma iniciativa do Movimento Minas 2032 – Pela Transformação Global – criado pelo DIÁRIO DO COMÉRCIO e Instituto Orior para fomentar a Agenda 2030 – em parceria com o Idealist.org e a Federação Mineira de Fundações e Associações de Direito Privado (Fundamig).
Com esses conteúdos, o DC pretende promover o debate e estimular a ação, dessa vez de possíveis colaboradores financeiros que poderão encontrar iniciativas para ajudar aqui mesmo. É aí que entra o Botão de Agir, instrumento criado para conduzir o leitor às oportunidades de ação relacionadas à cada matéria.
Nesta reportagem você conheceu exemplos de pessoas que se transformaram ajudando. Que se transformar também?
Clique no botão agir e comece já!
Fonte: Diário do Comércio
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