As desigualdades e a Educação

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As desigualdades e a Educação

Organizações da Sociedade Civil se reúnem para debater as dificuldades e somar forças para alcance das metas globais relativas à Educação de Qualidade (ODS 4) e Redução das Desigualdades (ODS 10)

Antônio Carlos Cabral Aguiar*

A Educação é a base do desenvolvimento humano em todos os aspectos da vida. A vida humana sempre foi um transitar constante entre e a ignorância e o saber e, todos, sem exceção, nascemos ignorantes em relação a nós mesmos e a tudo que nos rodeia. Esse é um processo que vem sendo cumprido desde que a humanidade iniciou sua jornada no planeta e se repete com cada indivíduo ao nascer.

O Ser Humano requer ser ensinado a todo tempo, requer preceptores, daí a importância dos que sabem, para ajudar os que não sabem, transmitindo seus conhecimentos, sua experiência. Há que se ressaltar o papel da escola e do professor na vida de cada um de nós. O professor, o preceptor, está presente em todas as etapas de nossa capacitação. Há que ressaltar, também, a importância da Educação Infantil e da Educação Fundamental, como bases para estágios posteriores de aprendizagem. Sabemos muito bem que os grandes edifícios requerem bases sólidas. Isso deve merecer da sociedade e do governo uma atenção especial e consequente mudança de paradigmas, hierarquizando os primeiros anos de estudo.

Dadas as complexidade e as exigências da vida moderna, a Educação é multifacetada. Sem dúvida que o cerne é o desenvolvimento cognitivo, das faculdades da inteligência, cujo adestramento habilita o estudante a ingressar nas escolas de formação profissional, em seus sucessivos graus de aperfeiçoamento. Mas deve-se também ensinar a pensar, a desenvolver o pensamento crítico para favorecer a tomada de decisões quanto ao rumo que cada um deve dar a sua vida. A Educação deve contemplar a formação cidadã, em um processo civilizatório e que capacita a pessoa humana para o convívio social, com base em direitos e deveres. Os deveres que cada um tem frente a si mesmo, à sua família, à sociedade, tornando-se um elemento ativo para a construção da riqueza individual e coletiva. A capacitação para a cidadania contempla a formação da consciência individual, no que tange ao consumo criterioso de bens e produtos, à gestão   da economia pessoal, ao uso e proteção do bem comum, ao respeito e preservação ambiental e à importância da política, como meio para o exercício da democracia. Do seio de uma sociedade instruída, educada, consciente, surgirão, naturalmente, pessoas com espírito altruísta, hierarquizando o coletivo acima do particular. A democracia real se aproxima da democracia ideal à medida que o eleitor aprende a pensar, a valorizar seu voto, ponderado esse pelo discernimento ao escolher seu representante.

A redução das desigualdades se inicia com a Educação, com a posse do conhecimento, tal que cada indivíduo possa adquirir condições de auto-sustentabilidade, ou seja, poder bastar-se a si mesmo, afastando-se da dependência de Assistência Social. Uma enorme parcela de nossa população, a maioria talvez, se encontra em estágio primário de desenvolvimento intelectual, cultural, material e, por consequência,  social. Há um fosso imenso entre o Brasil geográfico – rico de recursos naturais, com sua enorme  dimensão territorial e bondade de seu clima – e seu povo, sua nação, sua grande população, carente de quase tudo. As mudanças de patamar serão tão ou mais realizáveis na medida em que os mais capazes, os que sabem mais, os que têm mais, se voltarem para os mais frágeis, com o edificante propósito de favorecer seu crescimento pessoal, seu desenvolvimento. A nação, representada pelo seu povo, é o grande patrimônio espiritual de um País. Compartilhar e cooperar (colaborar) são as palavras-chave para se construir um novo mundo, mais justo e mais feliz.

Torna-se imperioso modificar esse estado triste que presenciamos. Haverá que surgir da consciência e do coração da sociedade brasileira, das lideranças públicas e privadas, um Projeto de Nação, do desenvolvimento humano em todos os seus aspectos, com base na Educação. Isso implica em valorizar a Escola, como Templo do Conhecimento, tal como na Grécia e Roma antigas e como em alguns países, na atualidade. Implica em valorizar a Educação, o conhecimento. Citando o pensador argentino Carlos Bernardo González Pecotche, em um de seus artigos “A capacidade de Estudo é o que engrandece os povos (…). A riqueza de uma Nação é medida pelos seus homens de Inteligência”. Implica também em valorizar a missão e a importância do Professor. Que a Educação se torne, de fato, uma política pública da mais alta hierarquia, valorizando-se a profissão, tal que possa atrair a juventude, os mais capazes, para o nobre exercício de professor / educador. Talvez seja essa bandeira a ser desfraldada pelo Comitê de Desenvolvimento para a Educação de Qualidade e a redução das desigualdades, a bandeira da Educação, fazendo-a tremular ao lado de nossa bandeira.

O Comitê de Desenvolvimento para a Educação de Qualidade e a Redução das Desigualdades, alinhados aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS, ONU, 2015) 4 e 10, foi lançado pela FUNDAMIG em dezembro de 2020 e se reuniu, pela segunda vez, no último dia 9, via Google Meet. O Comitê tem por objetivo somar, articular e congregar esforços entre as associadas / filiadas à FUNDAMIG e parceiros, dos três setores da sociedade, para o alcance de metas globais, e, consequentemente, de uma sociedade mais justa e sustentável.

Entre as filiadas presentes estavam a Fundação Dom Cabral – FDC, representada por Luiza Ribeiro Fagundes, a Junior Achievement Minas Gerais – JAMG, representada por Brenda Caroline Ferreira Fonseca Santos, a Associação Educore, representada por Márcio Patrus, a Associação Mineira de Reabilitação – AMR, representada por Rita de Cássia Lara Carvalho, o Instituto Ramacrisna, representado pela Solange Bottaro, a Fundação Aperam Acesita, representada pela Flavia Souza da Silva Soares, a Associação Engenheiros Sem Fronteiras Brasil – ESF, representado pela Luana Oliveira, a Associação de Promoção Humana Divina Providencia – SDP, representada pela Mara Greide, a Fundação Medioli, representada pela Carolina Ferreira, a Fundação Educacional de Lavras – Unilavras, representada pelo Frank Mendes .

Ao final da reunião, que teve como objetivo apresentar as organizações que compõem o Comitê e apresentar os objetivos e a proposta de condução dos trabalhos, a Brenda Santos, que já integra o Conselho de Administração da FUNDAMIG biênio 2021-2022, foi empossada como Secretária Executiva desse Comitê.

Para participar ou saber mais a respeito, entre em contato conosco.

*Antônio Carlos Cabral Aguiar, ou professor Cabral, como é conhecido na FUNDAMIG, é conselheiro da EDUCORE, dentre várias outras organizações, e Diretor Financeiro da FUNDAMIG.

2021-03-18T15:44:33-03:0018, 03, 21|0 Comments

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